terça-feira, 19 de abril de 2011

Ela precisa de quebrar o ciclo, a inevitabilidade do padrão. Ele ainda não percebeu o que fica depois do adeus, especialmente quando um adeus apressado. A dúvida. Ela só está à espera do nome dele a acender o telemóvel. Ele volta, invariavelmente, ele acaba por retornar a ela. Mas o entretanto angustia.
Não devia. O que sentia com ele num passado não é o mesmo que agora sente. Não é. O problema é saber que tudo isso pode voltar num ápice. Todas as razões continuam lá. E isso aterroriza-a.
Mas o medo paralisa, ela sabe-o. E isto de agora é bom, sabe bem, combinar cafés é coisa de adultos, combinar cafés e falar sobre a vida e todo o entretanto. As conversas terrivelmente profundas que conseguem ter, mesmo quando ela não sabe muito bem a banda-sonora da vida dele. Sabe que gosta daqueles prédios amarelos em Alcântara. É engraçado, ela também.
E por alguma razão bizarra a relevância que ele continua a assumir na sua vida  não lhe permite corta-lo assim dela. Talvez esteja em negação. Talvez nunca consiga dar o passo em frente até ao momento em que perceba que ele desta vez não volta e foi poisar noutro ninho. Talvez isto seja mesmo preciso.
Ela precisa de quebrar o ciclo, viciado desde o início. Quebrar o padrão. Dizer-lhe: não desapareças. Ou então: se te aprouver dizer adeus, di-lo, mas que seja irremediável.
Quebrar o ciclo. Qualquer coisa assim... 

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