sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

No adeus a 2011

Diz que nesta altura se mergulha num transe retrospectivo destes últimos 365 dias, uma sede de escolher os melhores: os melhores álbuns de música, os melhores livros, os melhores filmes; os melhores momentos, enaltecer os mais felizes em detrimento dos piores, sempre optimista, copo sempre meio cheio, ah que foi um ano bestial, que venha outro igual. Não foi e não, não quero outro igual. Quero permanecer com o bom que tirei deste ano, que foi muito, mesmo muito especial, mas que 2011 fique onde está e 2012 não se arme em esperto comigo.
Mas o que aconteceu este ano já enviou ondas de repercussão para 2012 e, muito provavelmente se o mundo não acabar no próximo Dezembro, a repercussão dos acontecimentos não se ficará por 2012, mas 2013, 2014, talvez até toda a vida. Espero que os acontecimentos felizes deste ano se multipliquem por todos os anos vindouros, mas por favor que o novo ano seja simpático para mim; já nem digo bestial ou fofinho, mas pelo menos simpático. 
2011 foi paradoxalmente o melhor ano que vivi  e o pior ano de que tenho memória. "It was the best of times, it was the worst of times." como descreveria Dickens. Lançou-me num estado de perpétua Primavera, mostrou-me o que é o amor e paixão e o redemoinho de emoções que faz palpitar um coração. Fez-me feliz, mais feliz do que alguma vez imaginei poder (e merecer) ser, a prova que as mais belas histórias de amor nascem das amizades (pelo menos, inicialmente) insuspeitas. O amor faz-se com o tempo e conhecimento. 
Mas ao mesmo tempo o ano foi madrasto. Porque de facto, a morte é uma puta, mas a iminência da morte consegue ainda mais puta ser. E tudo o que daí advém não parece finito, mas desenvolve-se e paira sobre nós.
Foi toda uma vida a acontecer este ano. Foi a desilusão adivinhada logo de início, o choque, a tristeza. A falta de perspectiva de futuro e os pensamentos infortuitos sobre o nada. E o pior é terem sido coisas sobre as quais não tinha absolutamente controlo algum: apenas sobre a forma como lhes reagia. A vida a acontecer.

Espero sinceramente que 2012 nasça de um sonho bom, que pelo menos eu tenha melhor capacidade de reacção às bolas baixas que a vida me direccione. Tenha a saúde, a vitalidade e receba a alegria do sol.
É sempre uma questão de perspectiva sobre as coisas.
Saber (conseguir) não sucumbir para o fundo do poço, do qual tantas vezes perigosamente me aproximei este ano.

Levantar e seguir em frente. Olhar para o lado (e para cima) e sentir amor num beijo na testa, todos os dias que me restam.

Ah! as resoluções

Das minhas resoluções do ano passado, só me falta ler Sartre. 
Assustei pessoas com abraços, li o Anti-Cristo e a República. 
Tentei ser fixe para 2011, mas 2011 não foi muito fixe para mim. 
Mas de 2011 levo o melhor de tudo, de sempre: levo amor. Um amor. 

O Insustentável Peso de Babilónia*

*Literalmente, porque o livro era de facto muito pesado
Comecei (finalmente) A Insustentável Leveza do Ser do Milan Kundera e acabei (finalmente) o Ontem Não te Vi em Babilónia., do Lobo Antunes Não sei se foi de mim e da minha curta e reduzida capacidade de concentração, mas o livro maçou-me, não sei o que aconteceu. Muito extenso, muito longo e visto que a minha capacidade atentiva é diminuta, perdi-me uma data de vezes nas vozes das várias personagens. A escrita "lobo antunesiana" (acabei de inventar), pelo menos para mim, não se coaduna com obras muito extensas, lá para as 300 e tal páginas, o que é uma pena.
Foi um tanto ou quanto penoso, muito confuso e foram necessários vários exercícios de memória e adivinhação para perceber: 1) quem estava a falar, 2) de que raios estava a falar e 3) porque é que eu continuava a ler. Foi doloroso, sobretudo porque gosto demasiado de Lobo Antunes para continuar o martírio daquela maneira. Foi maçador. Mas enfim, não há nada a fazer. Vou procurar pelas wikipedias desta vida algum sentido à narrativa. 
Comecei então a ler (sabiamente e em boa hora) A Insustentável Leveza do Ser e até agora estou abismada. Era disto que precisa para "lavar" o Ontem Não te Vi em Babilónia. Entre a noite de ontem e o principio da tarde de hoje, li a colectânea da Dom Quixote dos Poemas de Amor do Pablo Neruda (uma oferenda natalícia do coração ♥) e depois "Kundera com ela" (wtf? nem eu sei o que aconteceu aqui, mas apeteceu-me escrever isto, achei bonito). Está a ser muito boa e parece-me que vai ser um livro do qual eu vou espalhar a palavra por aí e a converter os incrédulos. 
Vai ser o meu livro da viragem do ano, portanto preparem-se para muitos excertos vindouros em 2012.
Assim:

"O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.
Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.
O que escolher, então? O peso ou a leveza?"
E mais adiante.

"Não há forma nenhuma de se verificar qual das decisões é melhor porque não há comparação possível. Tudo se vive imediatamente pela primeira vez sem preparação. Como se um actor entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que vale a vida se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É o que faz com que a vida pareça sempre um esquisso. Mas nem mesmo «esquisso» é a palavra certa, porque um esquisso é sempre o esboço de alguma coisa, a preparação de um quadro, enquanto o esquisso que a nossa vida é, não é esquisso de nada, é um esboço sem quadro.
Tomas repete em silêncio o provérbio alemão, einmal ist keinmal, uma não conta, uma vez é nunca. Não poder viver senão uma vida é pura e simplesmente como não viver."

~A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

I'm an Angry Bird

Sim, isto aconteceu. 
É todo um outro nível de awesomeness.



Sinto-me bem mais protegida de todo e qualquer malfeitor. E preparada para a eventualidade de encontrar algum porquinho verde na rua. Oh yeah...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

É isto que acontece...

...quando estudamos num dia a matéria que devíamos estudar numa semana, devido à concentração de frequências na mesma semana: descemos quatro valores. Porra, pah.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Apetecia-me fazer uma lista

Assim num formato "best of", mas depois percebi que o melhor de todo o ano foste tu e tudo o resto cai por comparação.

E pronto

Margem Sul, oh como senti saudades tuas... not.

Senti saudades de quem cá deixei, isso sim. Muitas, mesmo imensas e esta semana pareceu mais um mês. 

O Natal acabou, é altura de seguir em frente e pensar que já só faltam seis meses para os meus anos. Estou a ficar velha. 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Diz que é Natal

Mas sinceramente não parece nada. 
Se não sou eu a fazer a árvore de Natal lá em casa, ninguém a faz e como praticamente não estive em casa durante o mês de Dezembro, tenho provavelmente a casa mais ateia da minha rua: nem uma velinha de Natal para amostra. Ainda não enfardei chocolates (mas já estou de olho naquele Toblerone), as filhoses é preciso descongelar e também ainda não há doces

Nem Lisboa está iluminada. 

Vai ser um Natal diferente. Já nem é preciso desdobrar a mesa de jantar, porque agora cabemos todos. Ao menos não caímos na hipocrisia natalícia de só ligar à família nesta altura, porque é só isto durante o ano todo: sete ou oito à volta do peru. É Natal, mas nem parece.

Vou enfiar um gorro de Pai Natal a ver se o espírito natalício floresce. Pode ser que sim.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Eu só sei que quando andava em alturas de frequências tinha imensa vontade de escrever e agora que tenho, efectivamente, tempo para o fazer não me sai nada. O cursor pisca, mas as frases não se formam, só ideias soltas e nada de mais. 
Da mesma forma que é frustrante não conseguir escrever sobre os impactos do crescimento demográfico na ascensão económica da Índia, é frustrante estar sem disposição para escrever. Duas horas é a média de tempo que me leva a escrita de um post e às vezes até deixo para depois. Está mal, sinto-me enferrujada com as palavras a emperrar e o raio do cursor piscar sem cessar. 
Frases soltas são tudo o que há. É isso ou aparvalhar. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

F-É-R-I-A-S

Finalmente, foda-se.

E é bom porque já posso ler o que quero (acabar o Lobo Antunes! Começar o Milan Kundera!), jogar Angry Birds à vontade, andar pelo Facebook, Twitter e Tumblr e perder horas de vida pelo maravilhoso mundo das internets sem me sentir culpada, ouvir música nova e que não tenho tido tempo nas últimas semanas para me dedicar a ela.

Provavelmente daqui a três semana já estou farta de férias e quero aulas e rotina outra vez, mas por agora vou celebrar e reflectir sobre o facto de (oh meu deus!) já estar a meio da licenciatura.

Férias!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

Caos

Esta semana vai ser o caos. 
Ontem descobri que perdi um dia inteiro na biblioteca a estudar algo um tanto ou quanto irrelevante para a frequência de amanhã. Foi bué porreiro saber que desperdicei um dia inteiro de estudo. 
Estou tramada com isto e à beira de uma crise existencial e de desistir, o que é parvo porque já só faltam 4 dias e depois férias, sangria, vodka, filhoses e Natal. É só mais um bocadinho e depois pronto, acaba. 

Só mais um bocadinho, Diana Catarina. Aguenta-te!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

AAAAAAAAAAAAAAAAAAARRGHHH

PUTA QUE PARIU DEMOGRAFIA. E PUTA QUE PARIU AQUELE TESTE DE CINCO METROS PARA FAZER EM POUCO MAIS DE UMA HORA. PUTA QUE PARIU A PUTA DA MINHA CALCULADORA QUE RESOLVE NÃO LIGAR PELA PRIMEIRA VEZ POR FALTA DE PILHA, SENDO PRECISO DAR-LHE UMA BOA PANCADA PARA NO FIM ME DESPROGRAMAR TODA E POR AS PUTAS DAS CASAS DECIMAIS EM ELEVADAS A -3 OU QUE MERDA AQUILO ERA. 

FODA-SE. 

(é a isto que se chama um post eloquente)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Nunca pensei ser tão bom dançar o tango numa passadeira com os carros parados no sinal vermelho. É amor, o nosso amor.

"O Amor, Meu Amor"


"Nosso amor é impuro 
como impura é a luz e a água 
e tudo quanto nasce 
e vive além do tempo. 

Minhas pernas são água, 
as tuas são luz 
e dão a volta ao universo 
quando se enlaçam 
até se tornarem deserto e escuro. 
E eu sofro de te abraçar 
depois de te abraçar para não sofrer. 

E toco-te 
para deixares de ter corpo 
e o meu corpo nasce 
quando se extingue no teu. 

E respiro em ti 
para me sufocar 
e espreito em tua claridade 
para me cegar, 
meu Sol vertido em Lua, 
minha noite alvorecida. 

Tu me bebes 
e eu me converto na tua sede. 
Meus lábios mordem, 
meus dentes beijam, 
minha pele te veste 
e ficas ainda mais despida. 

Pudesse eu ser tu 
E em tua saudade ser a minha própria espera. 

Mas eu deito-me em teu leito 
Quando apenas queria dormir em ti. 

E sonho-te 
Quando ansiava ser um sonho teu. 

E levito, voo de semente, 
para em mim mesmo te plantar 
menos que flor: simples perfume, 
lembrança de pétala sem chão onde tombar. 

Teus olhos inundando os meus 
e a minha vida, já sem leito, 
vai galgando margens 
até tudo ser mar. 
Esse mar que só há depois do mar."

Mia Couto, in "idades cidades divindades"

domingo, 4 de dezembro de 2011

A estudar Demografia quando...

...surge isto na RADAR. Com que então é esta a sôdona Lana Del Rey. Está benzinha, sim sr... (e o youtube está diferente! está giro!)


"it's you, it's you, it's all for you
everything I do
I tell you all the time
heaven is a place on earth with you"
 ♥

sábado, 3 de dezembro de 2011

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O momento em que Diana Catarina faleceu

Ou seja, momento em que soube que os Death Cab estão confirmados para o Primavera Sound. 
Já não bastava os bons dos Walkmen para me convencerem a ir ao Porto pela terceira vez e ver The Walkmen pela terceira vez (estão a ver o simbolismo da coisa?), ainda tinham de meter the XX, Beach House e DEATH CAB FOR CUTIE à mistura. Em meia-dúzia de dias e a seis meses do evento, o Porto tornou-se um pedacinho de céu. A sério. 

Foda-se. UM PEDACINHO DE CÉU! 



"and I do believe it's true
that there are roads left in both of our shoes
if the silence takes you then I hope it takes me too
so brown eyes I'll hold you near, 'cause you're the only song I want to hear
A melody softly soaring through my atmosphere"