quarta-feira, 16 de março de 2011

Diálogo existencial entre o coração e a razão

Razão: É do meu entendimento que já te andas a meter em trabalhos.
Coração: Eu? Não, não. (com ar embaraçado) Eu... pronto... não tenho culpa, não é? Eu cá só bombeio o sangue, lá em cima é que decidem se mais depressa ou devagar. Lá devem ter os seus porquês.
Razão: Pois, nisso tens razão, tenho de ter uma conversa com as sinapses, mas repara: tu não podes ir assim desenfreado. Eu sei que já estás bem recompostinho, mas isto não pode ser assim, coração... 
Coração: Mas porquê? Tu acaso já andas com as tuas manias, a fazer racionalizações desmesuradas e a tentar perceber para onde isto vai dar? Tu é que devias parar quieta e deixar-te sossegadinha!
Razão: É preciso alguém que tenha cautela: tu sabes que ele é o único que ainda te pode esfrangalhar e isso não seria agradável para ninguém.
Coração: (ar presunçoso) Deixa-me ir que eu sei o que estou a fazer... depois logo se vê.
Razão: Depois não digas que eu não avisei! 

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