sexta-feira, 29 de julho de 2011

"this is the first day of my life"

Ouvir Bright Eyes às 3.27 da manhã é coisa que não se deve fazer, é coisa para deprimir a qualquer hora, mas especialmente agora dado que a noite é propícia à reflexão e acaba-se sempre por chegar à mesma conclusão: eu devia estar na cama que o meu mal é sono. 
Mas depois o Conor diz algo como:
 "This is the first day of my life 
I'm glad I didn't die before I met you 
Now I don't care, I could go anywhere with you 
And I'd probably be happy"

E aí tudo se relativiza. 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

sábado, 16 de julho de 2011

De qualquer das formas


Durante a próxima semana conto estar aqui... outra vez. Isto é, se o negócio não sair furado e aquilo for afinal um palheiro ou pior... Adiante. Toda a gente já com certeza ouviu falar sobre a onda crescente de violência que varre a nossa costa algarvia e não é apenas a violência de preços que usamos para sacar dinheiro aos turistas, diz que é violência a sério com miúdos a barricarem-se dentro de prédios e  reforços de segurança da GNR, mesmo que estes não andem a usar pistolas.  E eu não gosto de violência e armas e eu sou uma moça pequena e vulnerável, portanto eu só queria dizer que, caso for apanhada numa espiral de delinquência e criminalidade (Santo Agostinho me salve e guarde) ou então que me caia uma falésia em cima (pode ser que topografia se mantenha intacta, fingers crossed) tive uma vida do caraças até agora. Tive amigos porreiros e fofinhos e morro apaixonada (gosto muito de ti, ouviste?) e isso é muito bom. 
Em todo o caso, se acabar por correr tudo bem e eu regressar intacta tanto melhor. É de longe o preferível, acho que para todos nós, não? Exacto.
Vá, a ver se o Verão anima um bocadinho. 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Ouve a voz da razão, Diana Catarina. Ouve o Noel, ele sabe o que diz.


Hold on!
Hold on!
Don't be scared
You'll never change what's been and gone
May your smile (May your smile)
Shine on (Shine on)
Don't be scared (Don't be scared)
Your destiny may keep you warm
'Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out
Get up (Get up)
Come on (Come on)
Why you scared? (I'm not scared)
You'll never change what's been and gone
'Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out
(...)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A felicidade trabalha por turnos. Marca o ponto, tira férias. Desconfio que também faz ponte quando há feriados às quintas e terças-feiras. Quando parece que é desta, sim, agora sim, todo o universo se vai alinhar e vamos ter um pouco de descanso (é Verão, caraças) acontece sempre qualquer coisa capaz de deitar por terra qualquer esperança de uma vida descansada. Uma palavra brusca é quanto basta. E depois as inesperadas. É estúpido. E depois admiram-se que uma pessoa se revolte, seja igualmente brusca e não ande aos saltos e rodopios de sorriso na cara. Acaba por ser um ciclo vicioso.
Há sempre algo desalinhado e a vida acaba por ser um jogo de malabarismos, onde tentamos ter vários pratos a girar ao mesmo tempo. O problema é quando não dá mais e um acaba sempre por cair. Ou então nós próprios caímos de exaustão e parte-se a loiça toda, os cacos espalhados pelo chão e um irremediável sentimento de desilusão. 
E podia ser diferente, não devia ser assim. 

E depois a semana também foi parva

Um bocado idiota e quando digo um bocado quero dizer muito, muito estúpida.
Salvo momentos capazes de iluminar o meu coração e de o salvar do fundo do poço.

Até que nem foi assim um tão grande desperdício de dia

Os dois vestidos depois de arranjados ficam finos e ainda açambarquei uma mala e um crepe...

sábado, 9 de julho de 2011

"stay young, go dancing"


"As the music plays
Feel our bodies' sway
When we move as one
We stay young
(Go dancing)"

Posso só dizer uma coisa?

O Google+ é muita porreiro. 
Já mandei o facebook às urtigas, muuuuahahahah, e desconfio que eu e o meu novo amigo + vamos ser muito felizes juntos. 
Ah, o maravilhoso mundo das redes sociais. 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

"Era melhor teres vindo à mesma hora"

"- Por exemplo, se vieres às quatro horas, às três, já eu começo a estar feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sinto. Às quatro em ponto hei de estar toda agitada e toda inquieta: fico a conhecer o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca vou saber a que horas hei de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito..."
- O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry

Alive, tu matas-me

Da minha casa consigo ouvir ruídos do Alive. Entre nós apenas um rio e uma Almada e o som aparentemente consegue chegar até mim mesmo que não seja perceptível. Eu ia dizer que estou profundamente deprimida por não estar lá neste momento, mas depois encontrei chocolate no frigorífico o que colmata de forma relativamente eficaz a perda. Tudo bem que não é nenhum Dave Grohl, mas os processos e reacções químicas no cérebro são semelhantes. 

É esperar que o chocolate (ou gelado, também é aceitável) dure para toda a época festivaleira, dado que este ano não há sol, Meco ou Rock 'n Roll nem coisa que o valha. 
O Verão vai ser duplamente deprimente. 
Bah. 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

«"I will come," said Peter, but he sat on for a moment. What is this terror?  what is this ecstasy? he thought himself. What is it that fills me with extraordinary excitement?
It is Clarissa, he said.
For there she was.»
- Mrs Dalloway, Virginia Woolf
"The cold stream of visual impressions failed him now as if the eye were a cup that overflowed and let the rest run down its china walls unrecorded. The brain must wake now. The body must contract now, entering the house, the lighted house, where the door stood open, where the motor cars were standing, and bright women descending: the soul must brave itself to endure. He opened the big blade of his pocket-knife."
- Mrs Dalloway, Virginia Woolf

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Mas no entretanto

"Dava tudo por amor
Eu vi de longe
Dava pra sentir
Você dançando só pra mim

Parece brincadeira
Mas eu sei que a gente faz
Um monte de besteira
Por saber que é bom demais"

Que eu sou fodida da cabeça, seriously fucked up, pensava eu que era conhecimento comum. Digo e faço as coisas erradas, não sou de grandes afectos e tenho a tendência para afastar pessoas, vendo em cada uma delas o potencial para a desilusão (é uma ciência). Fria e distante. Já fui pior mas continuo com merdas para resolver devidamente no seu espaço próprio: a cadeira de um psicólogo. Mas isto era conhecimento comum.
São reflexos de uma vida inteira a tentar sobreviver. Funciona? Por acaso até tem funcionado, estou aqui ainda. Se é saudável? Pois com certeza que não, mas eu estou a tratar disso. 
É toda uma questão de equilíbrio emocional e debilidade da sanidade mental. Há momentos. 

E uma pessoa sabe que está com um profundo caso de deprimência em mãos quando o Marcelo Camelo nos soa demasiado upbeat

terça-feira, 5 de julho de 2011

E depois a fazer o vídeo de turma do secundário, a súbita percepção de que estou melhor agora, mesmo com toda esta débil sanidade mental.
Muito obrigada pela dor de cabeça logo de manhã e por me teres dessintonizado a RADAR.
A sério, foi porreiro... um começo de dia bastante agradável.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

É isto


Para que saibas: andar pelas ruas do Laranjeiro é agora deprimente. 

"oh yeah, I'll tell you something,
I think you'll understand.
when I say that something
I wanna hold your hand" 

sábado, 2 de julho de 2011

Tati 1998(?)-2011

A minha tartaruga decidiu falecer e eu estou muito abalada com esta decisão. Chamava-se Tati - eu sou terrível a dar nomes a animais de estimação, tive um hamster chamado Kiko - por causa da Tati do New Wave, eu gostava muito da moça e também gostava muito do New Wave e achei que eram um bom nome para ela. 
Eu tinha seis anos, mais coisa menos coisa, quando a antiga minha vizinha do lado me ofereceu a criatura, assim adorável, pequenina, cabia na palma da minha mão. 
Foram muitos anos de amizade e respeito mútuo: eu deitava-lhe os camarões secos e ela ia comer, parecendo-me muito alegre e contente por este acto de proximidade e afecto. Eu passava por ela na cozinha, deitava-lhe o olho para ver se ela estava bem e ela de vez em quando até olhava, acho que para ver se eu tinha mais camarões. Era por interesse no fundo, mas eu percebo, compreendo a necessidade da pequena se alimentar. Mas era uma relação sincera e eu gostava mesmo dela, portanto quando a minha mãe por telefone me avisou eu fiquei muito abalada. 
Há tempos atrás apanhei um susto: estava na terra e fui ver como ela estava, se se estava a adaptar ao novo ambiente, mas a moça não se mexia. Eram quatro da manhã e eu comecei a chorar histericamente porque pensei que ela estava morta e então acordei os meus pais e tudo, histericamente, com lágrimas a cair pela cara (às quatro da manhã). Afinal, a pequena estava só a hibernar. Fazia sentido, acho que ainda estava frio e não era bem Primavera ainda. Mas eu fiquei muito triste com a ideia dela morrer. São muitos anos de convivência.  
Vou ter saudades. Os meus pais costumam brincar comigo e dizer que um dia a levavam para o Jardim Zoológico, para aquele lago onde estavam outras tartarugas, e eu ficava muito chateada. 
Vou ter saudades de passar por ela para ir ao frigorífico, beber água gelada e olhar para ver se ela se está a mexer. Ou enfiada debaixo daquela pontezinha com a palmeira. Ela tinha muito o hábito de se enfiar lá de baixo, não sei porquê era feliz assim. De vez em quando também se virava de costas e ficava a esbracejar com as patitas e eu tinha de a ir virar. Outra vez fugiu da casinha, que já estava a ficar demasiado pequena, e encontra-mo-la debaixo do fogão. Pensando nisso, ela tinha muito o hábito de se enfiar debaixo das coisas. 
É um pouco a minha infância que ali está. É um pouco parte da minha infância que se vai também. E isso é um tanto assustador. 

Adeus, Tati. Foste sempre uma boa tartaruga para a menina de seis anos que ainda permanece em mim. Vou, de facto, ter saudades tuas.