"Só há um tipo de amor que dura. O não correspondido. Fica connosco para sempre." - disse ele. E tem razão.
Quando eu era pequena pensava que só era amor de verdade quando era correspondido. Quando os dois olhares cumplices se encontravam e magia acontecia. O inexplicavel turbilhão de emoções e reacções quando atrás do escorrega ele entregava o papelinho do "Queres namorar comigo? [ ] Sim [ ] Não" naquela letra redonda e cuidada de que a professora tanto gostava que fizessemos. E nos queríamos marcar a cruz no quadradinho do Sim. Isso para mim é que era o amor verdadeiro.
Portanto, quando sabia que algum moçoilo tonto do juízo dizia que gostava de mim, eu torcia o nariz porque se eu não gostava dele, ele também não gostava a sério de mim. E pronto. Assunto arrumado. "É mais um tonto que está baralhado das ideias", pensava eu. Amor não correspondido não era amor a sério.
O que não é verdade. Doí na mesma. Deixa-nos sem ar. Tira-nos o equilibrio. E fica lá. Para sempre. Ou até ver.
O amor quando não é correspondido é um constante dilema que não se quer deixar responder. É feito de "e se's..." para os quais não há resposta possível. Mas nem assim deixamos de os perguntar. É tonto, sim. Infantil até. Mas é assim: enquanto todos os outros desvanecem com o tempo, o amor não correspondido dura e permanece em nós para sempre porque no final do dia há sempre uma réstia de qualquer coisa semelhante a esperança completamente irracional e possivelmente insconsciente que um dia, meu Deus, um dia este amor (ou o que quer que isto seja, tão profundo) tão grande irá ser correspondido. Mesmo se nunca o for.
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