Mata-me que seja assim. 
Lá por dentro o que corroí e rouba lentamente o ar destroi aquilo que era, ainda há pouco, mas vai deixando de ser. 
Não devia ser assim. Já se passou por muito para que o fim seja desta forma. Não pode. Não é justo. 
Sempre lhe ouvi dizer que a única certeza que temos na vida é a morte. E que o primeiro sinal que ela, invariavelmente, vem é o primeiro choro que damos em vida.  Mas não tem de ser assim... E eu não sei o que dizer. Não consigo escrever de forma eloquente sobre algo incompreensível e que doi cá dentro, visceralmente. 
Às tantas sou eu que estou a ser, como de costume, extremamente melodramática e terrivelmente fatalista, mas tenho medo. Medo do que o futuro trará. E de como tudo parece ruir como um baralho de cartas, tão facilmente, à minha volta. Porque não devia ser assim, porque ela não o merece... Porque ainda não me viu tirar o curso, nem sequer me viu ainda entrar na faculdade, não viu casar e ter filhos, como sei que há-de querer... 
É cedo e eu a modos que preciso que nada mude. 
 
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