Cavaco Silva tem um terrível problema: quando finalmente rompe o silêncio profundo a que gosta de se submeter 99% do tempo, mais valia estar calado. Assim, não ouvia palavras que em nada dignificam o seu cargo e a República Portuguesa como estas do Olli Rehn.
Cavaco Silva tem outro problema: é dotado de uma sensibilidade diplomática igual à de um elefante ou assim de um animal de grande porte, tipo hipopótamo. Senhor Presidente, uma coisa é fazer as suas brilhantes intervenções cá dentro, já estamos todos habituados e sabemos o que a casa gasta, outra coisa é dirigir-se à UE e pedir "imaginação" para o programa de ajuda. Imaginação... Imaginação? O que andou o senhor a fazer lá nas reuniões do Grupo de Arraiolos? O seu avião fez escala em Amesterdão?
As palavras e as atitudes públicas têm peso, senhor Presidente. Afinal de contas, o senhor representa a República e todos os portugueses: eu não quero que a Europa pense que o meu país é dirigido por imbecis, já basta pensarem que são irresponsáveis.
Outra coisa: eu não sei que edição da Constituição tem o senhor, mas na minha da Almedina, edição revista em 2009, a alínea e) do artigo 134º, a propósito da competência para prática de actos próprios do PR, reza assim: "Pronunciar-se sobre todas as emergências graves para a vida da República". Vê? Eu também sei citar a Constituição. Ora, a entrada do FEEF/FMI parece-me, mas quem sou eu para debitar opiniões sobre finanças e economia e o estado a que chegamos, ser uma bocadinho emergência. Não sei, isto se calhar sou só eu. Ainda para mais tendo um governo demissionário com competências para a "prática dos actos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos." (ponto 5, artigo 186º [vê? vê?]) evidentemente habilitado a negociar as condições e o programa de ajuda tendo agora por base, espante-se, o PEC IV. É evidente que a oposição não negoceia nada lá fora. Isso trata-se cá dentro. E é aqui que o senhor entra: como orgão mediador. Chamar os partidos à razão. E com um discurso firme e determinado chama-los às suas responsabilidades.
Vejo que descobriu agora o facebook. Isso é bom. Mas umas mensagens no mural não chegam, senhor presidente. É preciso senta-los à mesa e discutir o que se quer, o que se pode e o que se deve fazer. E por favor não se remeta a silêncios incómodos, mas quando quiser falar faço-o com bom senso e não numa atitude de superioridade moral que, da minha parte pelo menos, está a perder e não lhe fica nada bem.
A bem da saúde da República e dos cidadãos que o elegeram.
Cavaco Silva tem outro problema: é dotado de uma sensibilidade diplomática igual à de um elefante ou assim de um animal de grande porte, tipo hipopótamo. Senhor Presidente, uma coisa é fazer as suas brilhantes intervenções cá dentro, já estamos todos habituados e sabemos o que a casa gasta, outra coisa é dirigir-se à UE e pedir "imaginação" para o programa de ajuda. Imaginação... Imaginação? O que andou o senhor a fazer lá nas reuniões do Grupo de Arraiolos? O seu avião fez escala em Amesterdão?
As palavras e as atitudes públicas têm peso, senhor Presidente. Afinal de contas, o senhor representa a República e todos os portugueses: eu não quero que a Europa pense que o meu país é dirigido por imbecis, já basta pensarem que são irresponsáveis.
Outra coisa: eu não sei que edição da Constituição tem o senhor, mas na minha da Almedina, edição revista em 2009, a alínea e) do artigo 134º, a propósito da competência para prática de actos próprios do PR, reza assim: "Pronunciar-se sobre todas as emergências graves para a vida da República". Vê? Eu também sei citar a Constituição. Ora, a entrada do FEEF/FMI parece-me, mas quem sou eu para debitar opiniões sobre finanças e economia e o estado a que chegamos, ser uma bocadinho emergência. Não sei, isto se calhar sou só eu. Ainda para mais tendo um governo demissionário com competências para a "prática dos actos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos." (ponto 5, artigo 186º [vê? vê?]) evidentemente habilitado a negociar as condições e o programa de ajuda tendo agora por base, espante-se, o PEC IV. É evidente que a oposição não negoceia nada lá fora. Isso trata-se cá dentro. E é aqui que o senhor entra: como orgão mediador. Chamar os partidos à razão. E com um discurso firme e determinado chama-los às suas responsabilidades.
Vejo que descobriu agora o facebook. Isso é bom. Mas umas mensagens no mural não chegam, senhor presidente. É preciso senta-los à mesa e discutir o que se quer, o que se pode e o que se deve fazer. E por favor não se remeta a silêncios incómodos, mas quando quiser falar faço-o com bom senso e não numa atitude de superioridade moral que, da minha parte pelo menos, está a perder e não lhe fica nada bem.
A bem da saúde da República e dos cidadãos que o elegeram.
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