"é a hora em que, neste lugar, eu sei que não sou eu mas ignoro quem eu seja corpo que tudo une dando e recebendo e aumentado o dom de dar pelo próprio dom da doação e sei que qualquer coisa se abre à evidência de que fomos criados para que nos criássemos, que para nos fazermos fomos feitos e que os homens não nascem mas se fazem, a cada instante se fazem e nisso está a liberdade deles, não em fazer o que se quer, mas o que quer o ser, o que cada um é e não sabemos o que é mas sabemos que é e no poema emerge em cada verso, no furioso puro apelo do poeta a quem vazaram olhos para melhor cantar este poder da humanochimpanzaica condição mais conhecida por pipapalacaquígrafo homo sapiens, descoberta naquelas casos em que a ciência fabiotética atenua as partes melódicas da prognóstica reminiscência aliás bicanforada, perdão minha senhora mas a moeda é falsa. são horas."
- «III Fragmento», Rumor Branco
Almeida Faria
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