"Caeiro, Campos, Reis, não são mais que sonhos diversos, maneiras diferentes de fingir que é possível descobrir um sentido para a nossa existência, saber quem somos, imaginar que conhecemos o caminho e adivinhamos o destino que a vida e a história nos fabricam. Ter sonhado esses sonhos não libertou Pessoa da sua solidão e da sua tristeza. Mas ajudou-nos a perceber que somos, como ele, puros mutantes, descolando para formas inéditas de vida, para viagens ainda sem itinerário. Com Caeiro fingimos que somos eternos, com Campos regressamos dos impossíveis sonhos imperiais para a aventura labiríntica do quotidiano moderno, com Reis encolhemos os ombros diante o Destino, compreendemos que o Fado não é uma canção triste mas a Tristeza feita verso e com a Mensagem sonhamos uma pátria de sonho para redimir a verdadeira."
- Fernando Pessoa, o Rei da Nossa Baviera, Eduardo Lourenço
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Quando eu for grande também quero passar a vida a escrever coisas bonitas sobre Literatura; mas falta-me talento e engenho. Não sou o Eduardo Lourenço.
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