*Literalmente, porque o livro era de facto muito pesado
Comecei (finalmente) A Insustentável Leveza do Ser do Milan Kundera e acabei (finalmente) o Ontem Não te Vi em Babilónia., do Lobo Antunes Não sei se foi de mim e da minha curta e reduzida capacidade de concentração, mas o livro maçou-me, não sei o que aconteceu. Muito extenso, muito longo e visto que a minha capacidade atentiva é diminuta, perdi-me uma data de vezes nas vozes das várias personagens. A escrita "lobo antunesiana" (acabei de inventar), pelo menos para mim, não se coaduna com obras muito extensas, lá para as 300 e tal páginas, o que é uma pena.
Comecei (finalmente) A Insustentável Leveza do Ser do Milan Kundera e acabei (finalmente) o Ontem Não te Vi em Babilónia., do Lobo Antunes Não sei se foi de mim e da minha curta e reduzida capacidade de concentração, mas o livro maçou-me, não sei o que aconteceu. Muito extenso, muito longo e visto que a minha capacidade atentiva é diminuta, perdi-me uma data de vezes nas vozes das várias personagens. A escrita "lobo antunesiana" (acabei de inventar), pelo menos para mim, não se coaduna com obras muito extensas, lá para as 300 e tal páginas, o que é uma pena.
Foi um tanto ou quanto penoso, muito confuso e foram necessários vários exercícios de memória e adivinhação para perceber: 1) quem estava a falar, 2) de que raios estava a falar e 3) porque é que eu continuava a ler. Foi doloroso, sobretudo porque gosto demasiado de Lobo Antunes para continuar o martírio daquela maneira. Foi maçador. Mas enfim, não há nada a fazer. Vou procurar pelas wikipedias desta vida algum sentido à narrativa.
Comecei então a ler (sabiamente e em boa hora) A Insustentável Leveza do Ser e até agora estou abismada. Era disto que precisa para "lavar" o Ontem Não te Vi em Babilónia. Entre a noite de ontem e o principio da tarde de hoje, li a colectânea da Dom Quixote dos Poemas de Amor do Pablo Neruda (uma oferenda natalícia do coração ♥) e depois "Kundera com ela" (wtf? nem eu sei o que aconteceu aqui, mas apeteceu-me escrever isto, achei bonito). Está a ser muito boa e parece-me que vai ser um livro do qual eu vou espalhar a palavra por aí e a converter os incrédulos.
Vai ser o meu livro da viragem do ano, portanto preparem-se para muitos excertos vindouros em 2012.
Assim:
"O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.
Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.
O que escolher, então? O peso ou a leveza?"
E mais adiante.
O que escolher, então? O peso ou a leveza?"
E mais adiante.
"Não há forma nenhuma de se verificar qual das decisões é melhor porque não há comparação possível. Tudo se vive imediatamente pela primeira vez sem preparação. Como se um actor entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que vale a vida se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É o que faz com que a vida pareça sempre um esquisso. Mas nem mesmo «esquisso» é a palavra certa, porque um esquisso é sempre o esboço de alguma coisa, a preparação de um quadro, enquanto o esquisso que a nossa vida é, não é esquisso de nada, é um esboço sem quadro.
Tomas repete em silêncio o provérbio alemão, einmal ist keinmal, uma não conta, uma vez é nunca. Não poder viver senão uma vida é pura e simplesmente como não viver."
~A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera
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