Há momentos em que me sinto estúpida.
Amaldiçoo esta minha falta de jeito, a minha preguiça e a minha desorganização. Não gosto de ser a confusão em forma de gente, mas não sei de que outra maneira ser. Não estou habituada a ser diferente e mesmo com vários anos de terapia intensa e exaustiva não vai ao sítio. É assim...
Mas gostava que não fosse. Num mundo perfeito, podia ser uma estudante exemplar com apontamentos organizados, uma caligrafia bonita, estudos e leituras feitos em bom tempo, nunca sob pressão nem no último minuto tolerável; podia ser uma filha e irmã exemplar, não responder torto, fazer o que me mandam, já ter aprendido a cozinhar, telefonar de vez em quando e partilhar as angústias do dia-a-dia à mesa do jantar.
Podia também ser uma namorada exemplar e uma amiga dedicada, mas às vezes falho. Porque estou tão enlaçada em tramas interiores que não me largam. Por dúvidas existenciais que me atam os pés e me fazem cair.
É complicado e eu ainda estou a aprender a andar, a livrar-me da falta de jeito e toda esta minha descoordenação. Quero passear-me primorosamente por aí, com a elegância de saber viver e aproveitar todo um mundo, mas os caminhos às vezes têm pedras e ando aos solavancos.
É preciso ter paciência comigo. Eu não faço por mal, juro, estou a fazer o melhor que posso dadas as minhas circunstâncias e limitações (a estupidez) naturais. É só bocadinho de paciência...
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