Há nove meses atrás escrevi
este texto por alturas da comemoração do 5 do Outubro. Entretanto caiu o governo, pediu-se ajuda externa, veio ajuda externa, convocaram-se novas eleições e uma nova composição partidária foi eleita para a Assembleia da República. Inicia-se agora um novo ciclo. Eu não retiro uma palavra ao que disse. Portugal permanece.
No dia de Portugal, como albicastrense orgulhosa lá fui esvoaçar as banderinhas e cantar o hino com o PR. Cantar o hino às 10 da manhã é coisa que revitaliza. Senti o meu nacionalismo deveras exacerbado.
Acho que numa alturas destas é essencial celebrar Portugal. Celebrar os seus 900 anos de História, que nos recordemos de quem fomos, reflictamos como queremos prosseguir. É disto que se faz uma nação, é com isto que um Estado se perpetua no tempo: invocando a sua memória colectiva e exaltando os seus símbolos de unidade, porque no final do dia estamos todos juntos nisto.
Portugal permanecerá, para sempre. Além de que eu tenho fé no Quinto Império, pah. Ainda vamos mandar nisto tudo outra vez. E porque foi também dia de Camões.
Os Lusíadas, Canto I:
"As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte."
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