segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Agora com a noção do fim

Mata-me que tenha de ser assim. Desta forma profundamente injusta, diga Adeus. Mata-me este fim. É imerecido. Ela que lutou contra aquilo lá dentro a corromper, a destruir, a matar sem olhar a quem. Não devia ser assim. Ela devia viver até aos 120.
Nestas alturas gostava de conseguir acreditar em Deus. Acreditar em algo mais e ter a certeza que isto não é tudo o que há. Alguém lá em cima vela por ela, por nós. Gostava de acreditar em Deus e rezar. Encontrar nisto conforto, sentir a paz e o sossego por algo inexplicável, saber que não é vão a minha prece. Gostava de conseguir acreditar e pedir-Lhe, argumentar, mostrar-Lhe que não tem de ser assim. 
Porque a mim me mata e assusta. Porque ela é das pessoas mais fortes que eu conheço. Porque afinal de contas lhe devo a vida. Porque foram cinco anos, muito tempo e agora o fim. 
E aquele verso não me sai da cabeça: eu não quero me peguem, me abracem, me confortem, quero que rezem, isto é mesmo maior que nós e só algo maior que nós poderá fazê-lo parar. 
Rezar, e acreditar. 

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