domingo, 12 de dezembro de 2010

São quatro da manhã e acabei agora a recensão. Esta foi mesmo tirada a ferros. Estou a ouvir B- Fachada e a pensar que se calhar morria por ele.
Na televisão já estão a passar as televendas. Estão a publicitar a pulseira do equilibrio, acho que já repetiram o mesmo anúncio umas três ou quatro vezes seguidas. Aparentemente há quem precise de duas ou três ao mesmo tempo para se sentir mesmo bem equilibrada. Num canto está um mocinho a escalar uma montanha (a sério) e noutro canto está um casal, calculo que num momento de paixão intensa por causa da pulseira, só mesmo por causa da pulseira porque antes o marido não lhe ligava nenhuma e agora está a beijá-la ardentemente. São quatro e seis da manhã agora e o anúncio ainda está a dar. Agora mostram imegens da selecção. Sim, porque se o Cristiano Ronaldo as usa é porque são mesmo cool.
O casal continua em grande clima de paixão, estão a passear de mãos dadas. Romântico. A culpa é da pulseira. Quem diz que o romantismo morreu é porque não tem uma pulseira destas.
São quatro da manhã e eu devia estar a dormir. Acabei agora a recensão que já devia estar feita desde ontem. Enquanto uns estão a viver grandes momentos de paixão - e falo claramente dos moços do anuncio da pulseira do equilibrio - eu estou aqui, a ver televendas, com o História de Portugal em cima da mesa, os textos de HRIP espalhados, canetas e marcadores fora do estojo, o caderno aberto nos apontamentos que tirei das aulas sobre a neutralidade portuguesa na II Guerra Mundial. (Agora estão a dançar. Juro que este anuncio já passou mais de seis ou sete vezes seguidas). Sinto-me muito intelectual perante este cenário.
São quatro e quinze. Está agora o Godinho a cantar. Vou aproveitar o embalo e ir dormir.
Até amanhã.

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