sábado, 27 de fevereiro de 2010

Como esta semana foi produtiva, ou...

... como me desgracei e matei a trabalhar e provavelmente vou morrer mais um bocadinho este fim-de-semana... e para a próxima semana também.

Que semana deveras produtiva: trabalhos até as cinco da manhã, encontros com deputadas, escritores e visitas a tocas de lobos.
E recebi uma flor - linda linda linda que só ela, daquele piqueno di meine corazón (sim, tu deste-me o raio da flor, não venhas com mariquices que mandaste o outro tadito dar, porque a intenção era tua e acabou!) E foi bonito.

Mas eu começo a achar que eu sou uma criatura estranha, assim que acha ternurentos certos gestos que não têm piada aparente nenhuma.
Eu gosto de receber flores, mas não gosto de ramos... Prefiro mil vezes receber uma flor, só e linda, do que um ramo de meia dúzia de rosas. E eu que que nem gosto de rosas e amo tulipas. Até um malmequer é mais ternurento que uma rosa. E o André acha-me estranha.
Uma declaração num supermercado é muito mais ternurenta que uma de joelho no chão, no topo de uma montanha, com promessas de eternidade: no meio das alfaces e das maçãs, no corredor dos chocolates é que é bom ouvir um gosto de ti.
Porque o amor é feito no quotidiano - não vive de grandes gestos, mas é sentido nos gestos de cada dia. E é isso que eu acho ternurento. Não precisa de uma mensagem escrita no céu, mas de uma flor e três palavras: gosto de ti.
Simples. E acham-me, a mim, estranha.


P.S.: És um querido, meine piqueno di meine corazón, André.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Há músicas sem as quais...

... as nossas vidas não vão estar completas sem as conhecer.
Esta é uma delas.

(...)
Fate
Up against your will
Through the thick and thin
He will wait until
You give yourself to him

In starlit nights I saw you
So cruelly you kissed me
Your lips a magic world
Your sky all hung with jewels
The killing moon
Will come too soon
(...)

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E agora vou ali a Paris, num tirinho, e já volto...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mas reparem...

NEVE

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5 dias sem fazer absolutamente nada perdida para o meio da serra: calhou bem. Almada podia ter, finalmente, sucumbido à força da Natureza, tal qual Atlântida, que eu não ia saber de nada... Era capaz de tal acontecimento ser alvo de inumeras reportagens a dar conta da tragédiaaa, do horrooooor, da desgraçaaaa...
Mas é Almada, portanto talvez não.
5 dias em que o único estímulo intelectual foi ler o Felizmente, Há Luar! (oi?! mal por mal ainda prefiro O Render dos Heróis, ao menos o Cardoso Pires era um querido) e derreter-me com as cartas da guerra do Lobo Antunes (é oficial: estou irremediavelmente em estado de adoração/veneração/obsessão, não há nada a fazer).
Descobri igualmente que o Clive Owen é uma ternurinha ternurenta: eu já desconfiava, mas agora tive mesmo a certeza. É igualmente oficial: eu adoro de morte o Clive Owen, mesmo em filmes tontos, em que ele basicamente mata gente... mas caramba! que bem que ele sabe matar... e comer cenouras: fiquei impressionadissíma com a aptidão do Clive Owen para plantar e comer cenouras, e... fazer das cenouras armas de arremeso e matar os malfeitores. Pumba, mesmo na órbita! Dizem que as cenouras fazem bem aos olhos, excepto quando levamos com elas mesmo na cavidade ocular, arremesadas pelo Clive Owen.
É bonito...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Mas que raios se passa?

Nas últimas semanas praticamente não tive tempo para ver tele-jornais. Mas pois que parece que há quem diga ou há quem escutou* que Sócrates estava engendrando uma conspiração para controlar os meios de comunicação social, por vias que me ultrapassam, como a compra da TVI e semelhantes... De um lado vem o ministro da Presidência dizer que não e que o governo e o primeiro-ministro não estão envolvidos em nada disso e que em Portugal, a comunicação social é completamente livre; por outro lado, temos jornais a divulgarem escutas que implicam o PM, escutas essas que há coisa de uns meses foram tidas pelo PGR como irrelevantes ou algo assim de muito semelhante... Sinceramente, não sei o que fazer disto. Isto é mais confuso que um episódio do Lost - o J.J. Abrams precisa de fazer uma série sobre o estado das coisas em Portugal...
É porque é de mim ou termos um PM que volta e meia se vê envolvido em processos judiciais, escutas e alegadas espionagens é um tanto ou quanto sério e um tanto ou quanto grave? Pois, eu também acho que sim.
Mas, tenho em crer que, igualmente grave são as evidências das alternativas ao executivo: o principal partido da oposição está fragmentado, e já assim o estava mesmo antes das Legislativas de Setembro, preparando-se agora para eleições internas...
Vivemos em tempos conturbados e assim de tudo tristes: tristes porque mesmo tendo a figura do primeiro-ministro fragilizada, realisticamente as alternativas não são melhores.

Veremos.
Com liberdades não se brinca...
de Augusto Cid, cartoon do Sol

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*brilhante referência às escutas, eu sei.

P.S.: Para que conste, isto é participação política... E inovadora, por sinal

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Não sei se é sonho, se realidade,
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Que na ilha extrema do sul se olvida.
É a que ansiamos. Ali, ali
A vida é jovem e o amor sorri.

Talvez palmares inexistentes,
Áleas longínquas sem poder ser,
Sombra ou sossego dêem aos crentes
De que essa terra se pode ter.
Felizes, nós? Ali, talvez, talvez,
Naquela terra, daquela vez.

Mas já sonhada se desvirtua,
Só de pensá-la cansou pensar;
Sob os palmares, à luz da lua,
Sente-se o frio de haver luar
Ah, nesta terra também, também
O mal não cessa, não dura o bem.

Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não,
Que cura a alma seu mal profundo,
Que o bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri.

- F. Pessoa

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Rebel Without a Cause

Faria hoje 79 anos e estaria lindo como sempre

"Dream as if you'll live forever, live as if you'll die today."

Assim farei...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Just Say Yes, Love. Oui! Si! Sim! Da! Ja! Yow! Igen! Kylla!

(...)
Just say yes! Do it now!
Let yourself go!
Just leap! Don't look!
Or you'll never know...
If you love it
You might really love it!

So don't tell me
It could all go wrong
No don't tell me
It could all be a mess
Oh don't tell me
It could all be a waste of time
Just say oui! Si! Sim! Da! Ja! Yow! Igen! Kylla!
Just say yes!

Tão a ver...

...aquilo de de dia para dia não saber como me vai a correr a vida?
É que isto hoje foi muito giro, não foi André?

A Lídia devia ter dito não

"Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o o bolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço."

-Ricardo Reis (F. Pessoa)

Mas a vida é tudo isso... as feridas abertas, o sangue que jorra nas veias com o bater do coração. É o amor que sentimos, é a felicidade que nos embala quando um sorriso terno surge na linha da tua boca... o embalo da felicidade...
Sim, que vivamos a vida como se o futuro nada fosse além de uma palavra sem qualquer significado no dicionário; sim, que a vida venha e que siga seu rumo como suposto, como um rio em direcção ao mar...
Mas que assim seja com todo este misto de emoção, a dor do sofrimento e o embalo suave e feliz do amor: tudo isso é viver.