O universo tem algo contra mim e isso manifesta-se no facto de apenas começar a chover no momento em que eu saio de ambientes fechados. Durante as aulas, dentro do metro, ao almoço não chove; mas quando há que movimentar-me de edifício para edifico na bela instituição da avenida de Berna ou quando saio do metro para ir para casa iniciam-se dilúvios imemoriais. É sina.
O universo não gosta de mim e isso é visível pelo facto de, ao sair de casa ontem de manhã, partir as veredas do guarda-chuva numa rajada de vento, e com chuva a acompanhar apenas a partir do momento em que saio da porta do prédio, tentar voltar a casa para ir buscar outro, mas ter-me esquecido da chave em casa. Sem outro remédio que atravessar o descampado com o
guarda-chuva virado do avesso (o meu caso foi muito mais dramático que esta simpática senhora asiática), porque ao menos ainda me cobria a cabeça.
Para além disto, hoje com um esplendoroso dia de sol o dia inteiro, começa a chover quando eu saio do metro carregada de fotocópias. É castigo, só pode.