sexta-feira, 31 de agosto de 2012


"Deixara de constituir mistério para mim o motivo por que ele e outros (Dante, Rabelais, Van Gogh, etc., etc.) tinham feito a sua peregrinação a Paris. Compreendia por que razão Paris atrai os torturados, os alucinados e os grandes maníacos do amor. Compreendia por que razão aqui, no próprio eixo da roda, é possível adoptar as teorias mais fantásticas e impossíveis sem as achar nada estranhas; é a
qui que voltamos a ler os livros da nossa juventude e que os enigmas assumem novos significados: um por cada cabelo branco. Percorremos as ruas sabendo que somos loucos, que estamos possessos, porque salta aos olhos que estes rostos frios e indiferentes com que nos cruzamos são os rostos dos nossos guardas. Aqui todas as fronteiras se esbatem e o mundo revela-se o matadouro louco que é. A rotina alastra até ao infinito, os postigos fecham-se bem fechados, a lógica anda descontroladamente à solta e cutelos ensanguentados brilham no ar. O ar está gelado e estagnado, a linguagem é apocalíptica. Não há nenhum letreiro a indicar por onde se sai; a única saída é a morte. Um beco sem saída ao fundo do qual se ergue um cadafalso."
- Trópico de Câncer, Henry Miller

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Dear time, just slow the fuck down

Este 3º ano de licenciatura tem todo o potencial de se tornar o ano de todas as crises existenciais e deprimências. Primeiro, porque é o terceiro - vamos lá repetir outra vez para interiorizar: terceiro ano, terceiro! Segundo, porque é o último da licenciatura, depois disto finito, não há mais, acabou para sempre. Terceiro, porque não faço puto de ideia do que vem a seguir; provavelmente mestrado, mas que mestrado? em quê? aaah pois. Quarto, porque vem aí uma sequela de PPOI, com todas as consequências de tal facto.
Como o tempo passa depressa: ainda no outro dia era uma caloira em pânico por causa de HTEP e Economia e agora já só entro em pânico com cadeiras a sério, tipo Sistemas Políticos (respira, Diana, respira). O tempo passa muito rápido o que não é bom nem aconselhável às fraquezas de coração; não estou preparada para ser licenciada, nem mestre, ainda no outro era só uma miúda parva do secundário e agora só pretendo ser uma miúda parva ainda (sublinhar o ainda) a tirar o curso. E depois deixar a FCSH vai-me custar muito sim senhor, a cave e a esplanada são uma segunda casa, os jardins da Gulbenkian o meu pátio. 
Vai ser assim a modos que nostálgico este ano. E vai passar num instante como os outros dois até aqui.
Foda-se.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Olá, eu sou a Diana, tenho vinte anos, mas a maturidade emocional de uma criança de dez.

Lógica

Eu abomino polvo desde miúda. Odeio o bicho de morte, especialmente se vem parar ao meu prato.
Também não gosto da comida com azeite, só mesmo na salada.

Face a isto seria de prever que a minha reacção ao almoço não fosse a melhor, vendo uns tentáculos de polvo no prato:
"Oh mãe!"
"Anda põe-lhe azeite que fica melhor..." - diz ela, e trata de me por azeite no bicho e nas batatas.

What?!
Acabei a comer Chocapic.

sábado, 18 de agosto de 2012

Afinal há sempre uma razão

Uma ternura ternurenta porra!

Com um pé na estrada



e o outro à beira do caminho.
Vida no campo.
Mas segunda já regresso à capital!

Ainda na linha dos paradoxos

Sou filha de marinheiro, mas não acho piada a temáticas náuticas na Literatura.
Romances no mar, em barcos e afins: not my cup of tea.

"I'm a fucking walking paradox"*

Eu sou a pessoa que sente mais insegura quando vê um carro da polícia a patrulhar o bairro de sua residência. Porque se eles andam por aí, é porque aquela é uma zona potencialmente perigosa. 
Serei normal? 
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*get it?

3 anos

Parece impossível, mas já lá vão três anos que o Um Caso de Acasos fez a sua estreia blogosférica. Partindo do meu estado de irremediável aborrecimento, aqui no meio da serra, já passaram três anos e muita parvoíce escrita, desabafos e celebrações; e mesmo que ultimamente não tenha escrito como e com a frequência desejável (até para a minha sanidade mental), foram três anos porreiros. Que venham muitos mais, porque eu ainda tenho muitas parvoíces para dizer. Oh senhores, se tenho!



sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Dilemas, dilemas

Estou a viver um dilema muito grande: não sei o que hei-de ler a seguir. Já li os livros da  biblioteca que trouxe comigo aqui para a serra e tenho o Vergílio Ferreira com o Para Sempre e o Kerouac com o Desolation Angels (♥) em fila de espera na mala. O problema é que estou a achar um desperdício lê-los aqui. Amaldiçoo a hora em que decidi deixar ficar o Henry Miller em casa, porque me pesava a mala. Grrrrr...
E depois eu não consigo ficar sem nada para ler. Estou a desesperar! 


Acho que vou começar a ler o Vergílio Ferreira, mas devagarinho para durar até ao meu regresso. 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

"Às vezes conseguia adormecer repetindo o mesmo vezes sem 
conta até que depois de a madressilva se misturar com o outro cheiro o conjunto de odores passava a simbolizar a noite e o desassossego e eu parecia estar ali deitado nem acordado nem a dormir estendendo o olhar ao longo de um corredor de penumbra acinzentada onde todas as coisas estáticas se tinham tornado sombras todas elas paradoxais tudo o que eu tinha feito sombras tudo o que eu tinha sentido e sofrido tomava formas visíveis medonhas e perversas sem referências elas próprias inerentes à negação do significado que deviam reafirmar pensando que era e não era ao mesmo tempo quem não era não era quem."
- O Som e a Fúria, William Faulkner

terça-feira, 14 de agosto de 2012

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Olímpicos


Foram uns Jogos muito bonitos, sim senhora; muito emocionantes. 
Quase que deitei uma lágrima agora no encerramento, mas assim de felicidade. A Humanidade é capaz de protagonizar momentos muito bonitos quando se une em torno de algo, quando ultrapassa fronteiras e se celebra, celebra o esforço e a excelência. Gosto muito dos Jogos Olímpicos por isso, é um legado muito forte. 

Além de que trouxeram as Spice Girls de volta! Aaaah recordar a infância. 
Olímpicos: conseguem juntar a Humanidade e as Spice Girls, mas não os irmãos Gallagher. Estava com esperanças, mas foi bom ouvir a Wonderwall e emocionar-me ainda mais. 

E agora até ao Rio! 
2016 parece tão longe! 


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

São as pessoas que fazem de um sítio mais do que quatro paredes

Quero ir-me embora. Pronto, já disse.
Não faz sentido para mim voltar a esta casa, a este cantinho no meio da serra, assim; porque quem fazia deste sítio mais do que quatro paredes e um terraço já não está e não há cá nada a que regressar, não é a minha casa de sempre, de todas as férias, de todos os Verões.

Ainda por cima está um calor do caraças. Estou desanimada, estou triste, tenho saudades da capital e dos passeios na capital. Já não é aqui que me sinto bem, em casa.